Encontramos no livro a ascensão de Elias, o Grande Profeta do Reino do Norte ao céu e após esse fato Eliseu assume a posição de principal profeta de Israel realizando grandes feitos e milagres como a abertura do Rio Jordão, a purificação das águas amargas com sal, a aparição de água em meio a terra seca mesmo diante da falta de chuvas, a multiplicação do azeite da viúva, a ressurreição do filho da sunamita, a purificação da comida envenenada na panela, a multiplicação dos vinte pães que alimentaram cem homens, a cura de Naamã, o machado flutuar e a previsão de víveres diante da grande fome.
Durante esse tempo do ministério de Elias e Eliseu em Israel observamos que os reis ao invés de buscarem a orientação de Deus curvaram-se diante de outros deuses; em virtude disso observamos uma sucessão de traições, mortes, idolatria e apostasia que levaram Israel a uma tão grande decadência a ponto de ser invadida e dominada pela Assíria. Entre os reis maus vemos Jorão, Jeoacaz, Jeoás, Jeroboão II, Zacarias, Salum, Menaem, Pecaías, Peca e Oseias que levou Israel à ruína e a derrota diante dos Assírios. Vale a pena ler o relato final da apostasia de Israel que redundou no juízo de Deus em II Reis 17:6 a 23. A rara exceção entre todos esses reis maus do Reino do Norte (Israel) foi Jeú que exterminou a casa de Acabe e recebeu da parte de Deus um "certo" elogio, no entanto, não andou com "todo" o coração na Lei do Senhor: "...Jeú não teve cuidado de andar com todo o coração na Lei do Senhor..." II Rs 10:31.
Já no reino do Sul (Judá) a ordem comum era dos reis serem tementes a Deus como Joás que restaurou o Templo de Deus, Amazias, Azarias, Jotão, Ezequias que resistiu a invasão da Assíria orando a Deus e ganhando quinze anos a mais de vida diante de uma doença fatal e Josias que promoveu uma grande reforma em Jerusalém ao reencontrar o Livro de Deus que estava perdido no Templo; que lindo ver que mesmo sendo filho de um pai mau e idólatra como Amom, Josias recebeu tamanho elogio de Deus: "...antes dele não houve rei semelhante, que se convertesse ao Senhor com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças... e, depois dele, nunca se levantou outro tal..." II Reis 23:25. Mas alguns reis de Judá se destacaram por sua impiedade, tais como, Acazias, Atalia (que mandou matar seus netos para que não houvesse ninguém da linhagem real e ela pudesse reinar), Acaz, Manassés (que faz o seu filho passar pelo fogo), Amom (pai de Josias), Joacaz que faz aliança com Faraó Neco e tem seu nome mudado para Jeoaquim, seu filho Joaquim, em cujo reinado se inicia o cerco de Jerusalém por Nabucodonozor e por fim Zedequias que revoltou-se contra o rei da Babilônia e acabou caindo nas mãos Nabucodonozor e por isso levou Judá a ruína e a deportação para Babilônia. É triste ver o fim de Jerusalém com o Templo sendo queimado e saqueado.
Não posso esquecer da morte trágica de Jezabel que é lançada do alto da janela e é atropelada pelo carro de Jeú. Antes mesmo que recolhessem o seu cadáver, os cães já haviam devorado sua carne em cumprimento da profecia de Elias.
Uma atitude maravilhosa é vista nesse livro e que para mim foi marcante; os quatro leprosos que viviam a porta da cidade de Samaria durante a época de cerco da cidade quando a fome era tanta que as mães comiam seus próprios filhos e descobrem a abundância de víveres no arraial dos sírios e resolvem abençoar o povo de Israel. As palavras dos leprosos são marcantes: "...Não fazemos bem; este dia é dia de boas-novas, e nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, algum mal nos sobrevirá; pelo que agora vamos e o anunciemos à casa do rei..." II Reis 7:9.
Da mesma forma, hoje o povo está a beira da morte e nós temos o alimento espiritual para eles: Jesus, o Pão da Vida... não podemos nos calar! Que façamos de cada dia, "dia de boas-novas".
Próxima parada: I e II Crônicas
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