sexta-feira, 13 de agosto de 2010

UMA LIÇÃO DE PERDÃO

“Aquele que dá o que não pode manter, pra ganhar o que não pode perder, não é um tolo” - Jim Elliot

Recebi um convite para ministrar em um encontro de senhoras o tema: “Influenciando vidas através do caráter – abordando o perdão”
Orando e buscando no Senhor o discernimento, lembrei-me de um episódio que ilustra com profundidade a prática do perdão: A vida de Jim e Elizabeth Elliot.

Quem nunca ouviu acerca de Jim Elliot que foi brutalmente assassinado juntamente com seus quatro companheiros quando empreendiam um projeto de evangelização aos índios Aucas no Equador? É uma das mais fascinantes e marcantes histórias missionárias.
Nascido em 8 de Outubro de 1927 em Portland, Oregon, Jim recebeu a Jesus Cristo como Salvador aos 8 anos de idade... quão maravilhoso ver na vida dele as palavras de D.L.Moody cumpridas: “uma criança salva tem uma vida inteira pela frente para ser usada na obra do Salvador” . Ainda que a vida de Jim não foi tão longa, os poucos anos vividos foram com intensidade para o Mestre; conta-se que uma de suas mais constantes orações era: “Consuma minha vida, Senhor. Eu não quero uma vida longa, mas sim cheio de Ti, Senhor Jesus. Satura-me com o óleo do teu Espírito…”

Embora se destacasse talentosíssimo em qualquer atividade em que se envolvesse e aos olhos dos homens pudesse seguir uma carreira secular de sucesso, ele era convicto de sua vocação e chamada para o ministério e por isso priorizou seus estudos com o intuito de alcançar a melhor preparação possível para este intento, tanto que empenhou-se em estudar grego já visando uma possível tradução do evangelho para alguma língua nativa. Foi durante seus estudos que conheceu Elizabeth Howard, que também tinha um chamado para missões transculturais e se casaram em 1953 na cidade de Quito (Equador) sendo que em 1955, nasceu sua filha Valerie.

Convicto de seu chamado transcultural, Jim foi duramente criticado por alguns líderes que viam nele um futuro promissor, mas pastoreando Igrejas nos Estados Unidos e não pregando aos índios na Amazônia Equatoriana.

Juntamente com Ed McCully, Peter Fleming, Nate Saint e suas esposas, Jim e Elizabeth foram trabalhar no Equador com os índios Quechua sendo que Jim e Elizabeth trabalharam intensamente na tradução do Novo Testamento para a língua dos Quechuas. Mais tarde começaram a elaborar um plano para evangelização dos índios Aucas (hoje conhecidos como Huaoranis) que tinham a fama de serem muito violentos e que não possuiam nenhum contato com o mundo exterior; foi aí que Roger Youderian, um novo missionário juntamente com sua esposa pediu para se juntar ao grupo.

Durante quatro meses eles tentaram uma aproximação da tribo Auca levando presentes; a tática parecia estar dando certo pois os índios estavam retribuindo as gentilezas. Diante do progresso alcançado, os cinco jovens missionários resolvem montar um acampamento às margens do rio Curray e através de uma estação de rádio se comunicavam constantemente com suas esposas que tinham ficado na base da missão.
Pouco tempo depois, um grupo de quatro índios visitaram os missionários em seu acampamento. Os missionários deram-lhes presentes e alimentos como um sinal de paz o que foi retribuido. Outros contatos foram feitos por mais algumas vezes e um daqueles índios chegou a voar com Nate Saint em seu avião, sobrevoando sua própria aldeia.

Incentivados por uma visita de alguns indios no dia 7 de Janeiro, os missionários decidiram ir até a aldeia dos Aucas. Era o dia 8 de Janeiro de 1956, o fatídico dia! Nate e Jim sobrevoaram a área da aldeia dos Aucas e avistaram um grupo de 20 a 30 índios se movendo em direção ao acampamento. Pelo rádio se comunicaram com suas esposas dizendo do encontro iminiente com os índios pela manhã e disseram que entrariam em contato novamente às 16h30, contato este que jamais foi feito.

Ao chegarem na praia de seu acampamento, Nate e Jim avisaram aos outros que os Aucas estavam vindo. Como seria o encontro? Eles não sabiam. Mesmo munidos de armas, eles decidiram não utilizá-las e pouco tempo depois quando os Aucas chegaram os cinco foram violentamente assassinados pelos índios.

Angustiadas pela demora do contato de seus maridos, suas esposas solicitaram imediatamente ajuda. Forças do exercito equatoriano sobrevoaram o rio Curray e encontraram os corpos de quatro missionários (não foi encontrado o corpo de Ed McCully). Eles haviam sido brutalmente perfurados por lanças e machados. As esposas desses missionários, apesar da grande dor que sofreram, decidiram continuar com a missão, e algum tempo depois foram sucedidas na evangelização dos Aucas. Todo esforço e sofrimento foram recompensados: a tribo foi evangelizada e alguns anos mais tarde, o assassino de Jim Elliot, agora convertido ao Senhor Jesus e líder da igreja na aldeia batizou a filha de Jim e Elizabeth no rio onde seu pai tinha sido morto.

Que lição! Se voc^estivesse no lugar de Elizabeth, você perdoaria os assassinos de seu esposo? Permitiria que o próprio assassino batizasse sua filha?
Difícil, não? A situação se torna um pouco mais compreensível quando eu paro para refletir que EU SOU responsável pela morte do Filho de Deus! Isso mesmo! Cada um de nós somos assassinos de Jesus Cristo, pois sua morte foi em virtude de NOSSO pecado!
Se EU fui perdoado por Deus, como posso negar o perdão ao meu próximo?

A vida e o testemunho desses cinco missionários martirizados por amor ao evangelho têm inspirado até hoje centenas de jovens a dedicar suas vidas ao Senhor da seara. Jim Elliot procurou servir a Jesus com todas as suas forças e a maior parte de sua vida e de seu ministério é contado por sua esposa Elizabeth em dois livros publicados posteriormente. Sua célebre frase, encontrada em seu diário nos inspira a entregar sem reservas a nossas vidas nas mãos do Mestre:
“Aquele que dá o que não pode manter, para ganhar o que não pode perder, não é um tolo”.

Que Deus te abençoe!

Joel Barbosa

Esta postagem foi adaptada em cima do texto extraído da Biografia de Jim Elliot produzido por LUCIANO HÉRBET

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